Nos subúrbios do Rio de Janeiro, os campeonatos ainda são bastante comuns. Oficiais ou extraoficiais, poucas coisas são mais empolgantes que a disputa linha à linha. Basta uma começar a despencar do céu para os meninos de todos os tamanhos saírem desabalados pelas ruas, pelos telhados, aos gritos de avoou, avoou!. Na China antiga, as pipas iam para o alto com a função de enviar mensagens aos exércitos. Na Europa, conhecido como papagaio de papel, as crianças já soltavam cafifas desde o século XII e Benjamin Franklin inventou o pára-raios com a ajuda desse velho brinquedo. Mas, se a imaginação subir junto com as cores e o papel, pode surgir uma curiosidade: como deve ser olhar o mundo pelo ângulo dos vôos de uma pipa.
Como não existe curiosidade ingênua (todas são potencialmente subversivas e criativas), alguém resolveu tentar descobrir como era, se não voar como uma, ao menos ver a vida lá em baixo como uma pipa. Assim surgiu a KAP, sigla para Kite Aerial Photography
"Olá pessoal gostaria de compartilhar um pouquinho de meu trabalho com vocês. Esta é uma modalidade de fotografia pouco conhecida; a fotografia aérea com pipa”, escrevia José Vladimir em 2006 pelos fóruns brasileiros de fotografia.
Naquela época, o curitibano (que é técnico em eletrônica) divulgava um trabalho que se iniciava; hoje Vladimir transformou a paixão em trabalho: montou sua própria empresa de fotografias em pipas e oferece serviços para planejamentos imobiliários, para paisagismo e eventos ao ar livre. Além de ser muito mais barato e divertido do que alugar um helicóptero.
Embora soe como mais uma novidade tecnológica dos nossos tempos, a fotografia aérea com pipas surgiu no século retrasado. Há cento e vinte anos atrás, em maio de 1888, o inglês Arthur Batut resolveu acoplar uma câmera diretamente na pipa e, com a ajuda de um altímetro, montou a escala de exposição que lhe parecia ideal para uma boa imagem lá de cima; depois do disparo, um sistema improvisado acionava uma bandeirinha que avisava a conclusão do disparo, ou seja, a hora de trazer a pipa de volta. As primeiras imagens saíram turvas, mas, após alguns ajustes, a técnica frutificou em belas imagens aéreas da pequena ville de Labruguière.
Hoje, com todas as especializações da fotografia digital, controles remotos, geringonças complementares e até das próprias pipas, a KAP ganhou mais adeptos e tem sido difundida – principalmente na comunidade fotográfica do Flicr. Para pessoas como José Vladimir, a brincadeira acabou se tornando também uma profissão depois que as funcionalidades práticas da técnica foram reconhecidas. Mas o que fica para nós é essa delícia da união entre os conhecimentos técnicos, cálculos e aplicabilidades tão típicas da vida adulta com a inocência cheia de brisa dessa brincadeira que fez parte da história de crianças de todo o mundo.
Como não existe curiosidade ingênua (todas são potencialmente subversivas e criativas), alguém resolveu tentar descobrir como era, se não voar como uma, ao menos ver a vida lá em baixo como uma pipa. Assim surgiu a KAP, sigla para Kite Aerial Photography
"Olá pessoal gostaria de compartilhar um pouquinho de meu trabalho com vocês. Esta é uma modalidade de fotografia pouco conhecida; a fotografia aérea com pipa”, escrevia José Vladimir em 2006 pelos fóruns brasileiros de fotografia.
Naquela época, o curitibano (que é técnico em eletrônica) divulgava um trabalho que se iniciava; hoje Vladimir transformou a paixão em trabalho: montou sua própria empresa de fotografias em pipas e oferece serviços para planejamentos imobiliários, para paisagismo e eventos ao ar livre. Além de ser muito mais barato e divertido do que alugar um helicóptero.
Embora soe como mais uma novidade tecnológica dos nossos tempos, a fotografia aérea com pipas surgiu no século retrasado. Há cento e vinte anos atrás, em maio de 1888, o inglês Arthur Batut resolveu acoplar uma câmera diretamente na pipa e, com a ajuda de um altímetro, montou a escala de exposição que lhe parecia ideal para uma boa imagem lá de cima; depois do disparo, um sistema improvisado acionava uma bandeirinha que avisava a conclusão do disparo, ou seja, a hora de trazer a pipa de volta. As primeiras imagens saíram turvas, mas, após alguns ajustes, a técnica frutificou em belas imagens aéreas da pequena ville de Labruguière.
O dandi Arthur Batut e seu excêntrico projeto de acoplar a câmera a uma enorme pipa, 1868.
Hoje, com todas as especializações da fotografia digital, controles remotos, geringonças complementares e até das próprias pipas, a KAP ganhou mais adeptos e tem sido difundida – principalmente na comunidade fotográfica do Flicr. Para pessoas como José Vladimir, a brincadeira acabou se tornando também uma profissão depois que as funcionalidades práticas da técnica foram reconhecidas. Mas o que fica para nós é essa delícia da união entre os conhecimentos técnicos, cálculos e aplicabilidades tão típicas da vida adulta com a inocência cheia de brisa dessa brincadeira que fez parte da história de crianças de todo o mundo.